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UMA VISITA À ILHA GRANDE – RIO DE JANEIRO – JUNHO DE 2017

No dia 25 de junho de 2017 , partimos Cledson Barboza , Maurício Verboonen e eu, no rumo da Ilha Grande, no litoral sul do Rio de Janeiro,...

domingo, 5 de março de 2017

INVESTIGANDO A FLORESTA-GALERIA DA RESERVA NATURAL DA FAZENDA IPANEMA, MATO GROSSO

Durante fevereiro de 2017, realizei diversas atividades investigativas, na Reserva Natural da Fazenda Ipanema, em Primavera do Leste, estado do Mato Grosso. Em meu livro – FITOGEOGRAFIA DO BRASIL, UMA ATUALIZAÇÃO DE BASES E CONCEITOS (NAU Editora, 2015) – a Fazenda Ipanema e suas reservas de cerrados, cerradões, veredas e florestas-galeria foi continuamente citada, por ter propiciado importante laboratório de observações fitogeográficas. A partir de anos de vivência, neste esplêndido conjunto de ecossistemas, me foi dado conferir as hipóteses mais factíveis para explicar a origem e dinâmica desses ecossistemas do Centro-Oeste. Agora, na esteira da organização da Reserva, com vistas ao manejo futuro, surgiram novas oportunidades de observação de sua flora, especialmente de suas magníficas florestas-galeria.

Já haviam sido aqui publicadas outras postagens sobre a Reserva Natural da Fazenda Ipanema, podendo ser conferidas em:  http://expedicaofitogeografica2012.blogspot.com.br/2013/02/fazenda-ipanema-conservando.html ; http://expedicaofitogeografica2012.blogspot.com.br/2014/09/fazenda-ipanema-mato-grosso-registrando.html  . Desta vez, as atividades foram concentradas na chamada Trilha da Sanga (ver postagem -  ), que atravessa uma das mais bem conservadas áreas deste tipo de vegetação, na região de Primavera do Leste.

A Reserva Natural da Fazenda Ipanema congrega conjunto interligado de tipologias vegetacionais, que parecem corroborar as hipóteses defendidas em minha obra, no que diz respeito às estreitas relações originais entre veredas, matas ciliares e florestas-galeria. Veja algumas belas imagens e comentários sobre essas matas inundáveis da margem do rio das Mortes, a seguir:

Abaixo – Num sobrevoo da área da sede da Fazenda Ipanema, onde se encontra situada a Trilha da Sanga, efetuado com auxílio de drone, pode ser visto o adensamento de árvores elevadas, na floresta-galeria, onde abundam: Magnolia ovata (Magnoliaceae), Cariniana rubra (Lecythidaceae), Jacaranda copaia (Bignoniaceae), Qualea ingens (Vochysiaceae), entre outras árvores adaptadas ao ambiente saturado de umidade.




Acima – Aspecto interno da Trilha da Sanga, que corta diametralmente a floresta-galeria situada próximo à sede da Fazenda Ipanema


AcimaMagnolia ovata (Magnoliaceae) é um elemento botânico dos mais importantes, na flora deste trecho de floresta-galeria, chegando a dominar o estrato arbóreo e mostrando calos das raízes, que afloram no solo, servindo para melhorar a sustentação no terreno encharcado; e também para auxiliar na respiração radicular
Abaixo – Aspecto de uma árvore adulta de Magnolia ovata elevando-se no dossel



A Seguir – Aspectos de outra importante espécie de árvore de índole amazônica, nas florestas-galeria e ciliares da Reserva Natural da Fazenda Ipanema: o jequitibá-vermelho (Cariniana rubra – família Lecythidaceae), cujos troncos linheiros e copas sobranceiras impressionam

acima - o autor posa ao lado de um jequitibá-vermelho

Tronco linheiro de jequitibá-vermelho

Adiante – Algumas plantas típicas do sub-bosque encharcado da floresta-galeria, na Trilha da Sanga

Acima – Costus arabicus (Costaceae)

Acima – Heliconia psittacorum (Heliconiaceae)

Acima – Samambaias-trepadeiras (Polybotrya goyazensis  - Dryopteridaceae) escalam os troncos linheiros das árvores



Acima nas duas imagens – Uma delicada espécie de palmiteiro (Euterpe longibracteata) forma numerosas populações, que propiciam forragem importante para a bicharada

Acima – Scaphyglottis modesta, uma discreta orquidácea, que abunda na floresta-galeria

Acima – A corpulenta orquídea Epidendrum floribundum é espécie típica desse brejos, embora não estivesse florida, nesta época

Acima – Philodendron acutatum (Araceae) – uma planta cujas folhas se agigantam, na medida em que ascende pelos troncos das árvores

Acima - A arácea Monstera adansonii é a planta mais numerosa da família, nas árvores da floresta ciliar da Reserva

A Seguir – Macacos-prego (Sapajus cay))formam bandos numerosos, na área da Trilha da Sanga:

 Acima – Macacos-prego se alimentam de frutos de Cupania scrobiculata (Sapindaceae)




Acima duas fotos – Os mesmos macacos atacam cladódios de Epiphyllum phyllanthus (Cactaceae), que vegetam de forma epifítica, nas árvores da floresta

AdianteHymenaea courbaril é o jatobá-da-mata, árvore que domina a floresta, na transição para o cerradão e o cerrado - ao final



 Abaixo - o autor, junto à sanga








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